sexta-feira, 29 de março de 2013

O DIA EM QUE EU DESEJEI SER POETA!

Foi um dia desses.
Na verdade, ontem!

Para mim era certo... se as imagens que vi chegassem aos olhos de um poeta, sairia uma belíssima obra literária!

A balsa era puro movimento.
Senti, de pronto, que ali a vida pulsava com uma intensidade especial.

De longe fui atraída até a beira do rio.
Os barcos mostravam-se altivos, posicionados muito próximos à pista.
O sol a pino.
O calor intenso.
E o som da rádio local.

Eu me aproximei e vi a luz que cintilava sobre as águas calmas e escuras que desciam para formar o Amazonas.
Meu coração batia fortemente diante daquela paisagem, que para mim era inusitada.
Imagem que me deixou paralisada, apoiada na sacada do Negro.

Barco que saia, barco que chegava. 
Barco grande e voadeira.
Todos compartilhando o mesmo ambiente.

Sim, a balsa... 
Nela observava um trânsito que passava de tudo: tomate, piso e argamassa.
Mandioca, fralda, papel higiênico e liquidificador.
Televisão moderna, rádio antigo e óculos de sol...
Cada coisa!!!!
Cada coisa que ia se instalando em cada canto, em cada porão... e para cada uma encontrava-se um espaço.

Ah! As pessoas...
Embarcavam por meio de estreitas tábulas de madeira.
Crianças, jovens, adultos e idosos.
E em todas era marcante: as pernas fortes, o equilíbrio, a precisão  e a determinação de cada movimento executado.

As mães se instalavam!
Acomodavam suas malas.
Acomodavam suas cargas.
Acomodavam suas proles.

Pessoas que fizeram parar, para simplesmente admirar!

Cada gancho de rede começava a ser ocupado na embarcação que sairia somente as dezoito.
E todos os ganchos já estavam ocupados naquelas, que como eu, teriam que partir naquele momento.






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