quarta-feira, 2 de maio de 2012

SOBRE AS ENCHENTES NA REGIÃO AMAZÕNICA (PARA INICIANTES!)


Primeiramente gostaria de antecipadamente me desculpar principalmente perante os meus amigos da área das Ciências meteorológicas e por aqueles que vivem e conhecem melhor a região pelas possíveis gafes que venha a cometer, e peço que qualquer contribuição ou correção pode ser feita nos comentários e garanto que será bem vinda.
Bem diferente da noção de enchente que costuma ocorrer na Região Sudeste do Brasil, do tipo que cai uma chuva forte, os rios e o sistema de escoamento das águas não suportam e enche um determinada região. Daí espera-se algum tempo, ou no máximo poucos dias e as águas costumam baixar; por aqui o sistema é diferente.
Já faz parte do calendário meteorológico que:
Entre os meses de Dezembro a Maio corresponde a um período de grande volume de precipitações, e como essa chuva costuma refrescar, é comum as pessoas falarem que este é o período do inverno,
Entre os meses de Junho a Novembro a chuva vai se tornando escassa, você passa a sentir o calor de forma mais intensa e assim o período é chamado de verão.
Ao longo desse período de chuva uma parte das águas são retidas pelas florestas e as que escoam vão para os rios que vão enchendo gradativamente e a variação entre o período de águas mais baixas e os de maior volume costuma ser em torno de 10 metros.
A cidade de Manaus fica localizada próximo ao encontro do Rio Solimões com o Rio Negro formando, a partir daqui, Rio Amazonas. O Rio Solimões é mais agitado e mais rápido e nessa época em que o seu volume está aumentado ele funciona como uma represa do Rio Negro o que faz o nível da água, na altura da cidade, subir um pouco mais.
E dá para perceber que as enchentes já fazem parte da realidade amazônica.
Uma das formas de adaptação a elas é o fato das populações ribeirinhas construírem suas casas em cima de palafitas e assim quando o rio sobe a água não entra em sua residência.
Mas todos nós sabemos,  a natureza não segue roteiros e nem sempre as coisas saem como o esperado e, além disso, tem a questão das desigualdades sociais onde vemos a formação de favelas seguindo a mesma forma de construção, e nessas condições soma-se o lixo e o esgoto jogados diretamente no rio.

As vezes o rio sobe mais do que o de costume, e nesse caso são colocadas estacas extras para levantar o assoalho em um segundo piso – chamadas de maromba - e pontes para que se consiga sair e entrar em casa, e para tanto são necessárias mais madeiras e que as pessoas, que já vivem em situação precárias, não se tem o dinheiro para comprá-las...
Mas se o rio sobe muito mais e não dá altura para subir o assoalho, as pessoas precisam ser levadas para outros lugares. Aumenta o risco de malária, animais peçonhentos e choques elétricos.
Essas enchentes maiores costumavam acontecer no intervalo de 10 anos. A última grande enchente foi no ano de 2009, só que este ano pelo nível que o rio já se encontra existe a previsão que a enchente será maior do que a de 2009 e antes do tempo previsto! O rio tem subido entre 5 e 6 cm por dia.
Na cidade de Manaus também tem regiões que sofrem com a subida do rio e algumas ruas do centro da cidade já se encontram alagadas.
No bairro onde eu moro e naqueles aonde nós costumamos circular é na parte alta da cidade e por isso não corremos o risco de inundações, e até o momento o que está nos atingindo é a elevação dos preços de produtos como verduras, legumes e frutas: a palma da banana que corresponde a cerca de 1 dúzia subiu em uma semana, na feira popular, de R$3,00 para R$5,00, a couve subiu de R$1,00 para R$5,00, o quiabo o quilo está em R$10,00... e por aí vai. Segundo a informação do feirante vai subir mais!
Para que vocês possam visualizar o que eu tentei explicar vou postar, a seguir, dois vídeos de notícias locais.
Lucia Nicida



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